
Igrejas na Europa instaram o governo da Dinamarca, a reconsiderar a legislação que exige que todos os sermões sejam em dinamarquês, como parte dos movimentos para conter a militância religiosa.
A legislação proposta exigie que todos os sermões não proferidos na língua nativa do país, fossem traduzidos para o dinamarquês e submetidos ao governo, embora ainda não esteja claro se os sermões devem ser apresentados antes ou depois de serem proferidos.
O projeto tem o apoio da primeira-ministra Mette Frederiksen. Embora a legislação pretenda controlar grupos muçulmanos radicais no país – mais de 250.000 muçulmanos vivem na Dinamarca – ela atraiu a resistência de muitos cristãos.
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O bispo anglicano Robert Innes, da diocese europeia, escreveu uma carta a Frederiksen em 27 de janeiro, expressando preocupação com o impacto da proposta sobre a liberdade religiosa.
“Acredito que essa medida excessivamente restritiva constituiria uma limitação à liberdade de expressão, que sei que é valorizada na Dinamarca, como uma das democracias mais antigas do mundo”, escreveu ele.
Innes disse ao jornal The Guardian, que teme que outros países possam copiar o projeto se ele for aprovado. “Isso seria realmente um desenvolvimento muito preocupante”, disse ele.
A proposta também tem problemas práticos, disse o bispo, argumentando que não é viável traduzir um sermão semanal proferido de forma extemporânea.
“Os pregadores nem sempre escrevem o texto completo de seus sermões, eles podem escrever notas”, disse Innes.
“Eles podem pregar de improviso como o arcebispo de Canterbury às vezes faz e há questões de idioma e nuances que requerem um alto nível de habilidade na tradução, é claro. É um padrão alto. É uma arte habilidosa e também cara.”
Evangelical Focus, um site de notícias dedicado às notícias cristãs no continente, disse que as igrejas de língua alemã também estão preocupadas.