
Milhares cristãos fugiram do bombardeio militar em aldeias no estado de Karen, em 1º de fevereiro, dia do golpe militar em Mianmar, que rerrubou a líder Aung San Suu Kyi, deposta do poder pelos militares.
O Exército de Mianmar bombardeou os distritos de Papun e Nyaunglebin, forçando milhares de cristãos aldeões da etnia Karen, fugirem para a selva montanhosa inóspita com o pouco que podiam carregar.
Desde dezembro de 2020, os militares aumentaram as violações do cessar-fogo no estado de Karen, atacando as aldeias com projéteis, morteiros e lançadores de granadas, a fim de limpar terreno para um programa de construção de novas estradas e instalações militares que começou em 2018.
Leia também:
- Golpe militar em Mianmar pode aumentar a perseguição aos cristãos
- Cristãos deslocados começam uma nova vida em Mianmar
- Líderes cristãos são perseguidos pelo exército e rebeldes, em Mianmar
Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas em protesto desde que Aung San Suu Kyi e seu partido, a Liga Nacional para a Democracia, foram derrubados apenas três meses depois de vencer uma eleição esmagadora em novembro. Eles foram substituídos por um governo militar chefiado pelo Comandante-em-Chefe dos Serviços de Defesa, Min Aung Hlaing.
O ministro-chefe do Estado de Karen, Daw Nan Khin Htwe Myint, estava entre os presos na segunda-feira, 8 de fevereiro, por expressar sua oposição ao golpe militar.
Por décadas, o governo de Mianmar, controlado pelos militares, oprimiu brutalmente grupos étnicos principalmente cristãos, incluindo as etnias Karen, Kachin e Chin, bem como os povos Rohingya, principalmente muçulmanos, que incluem uma pequena minoria de cristãos.