Onde tem cadáver, ajuntam abutres !Mulheres geralmente fecham os olhos, esboçando expressões de nojo. Homens geralmente olham, não se impressionam tanto, mas também não gostam. Crianças olham e geralmente pronunciam um ”Eca!”, com semblantes de nojo como o das mulheres. Estou falando de famílias quando estão nos seus carros e ao longe avistam um monte de urubus devorando algum animal morto a beira do caminho. A cena, via de regra, é indigesta.
No seu famoso discurso profético, em Mateus 24:28, Jesus registrou esse dito: ”Onde estiver o cadáver, aí se ajuntaram os abutres”. Algumas traduções trazem a palavra águias no lugar onde lemos abutres. O que não é nenhuma contradição, uma vez que para os antigos os abutres eram um tipo de águia. O abutre, segundo informações dos escritos aristotélicos, consegue farejar suas presas a grandes distâncias. A presa, no texto, recebe o nome de cadáver, palavra derivada de um verbo grego que significa cair, no caso, um corpo caído.
Dentre inúmeras interpretações para essa fala de Jesus, eu fico com a que mais tem haver com todo o contexto do capítulo vinte e quatro de Mateus, que resumidamente alerta para o estado caótico no tempo do fim. Guerras, terremotos, pestes, fome, aumento incontrolável da violência, presença anêmica e minúscula do amor, proliferação de falsos profetas e uma anestesiante indiferença no coração humano, como nos dias que antecederam o dilúvio. Ou seja, o que não faltam são situações, comportamentos e cenários que precisam de julgamento. Abutres se juntam onde tem cadáver, juízo só deve acontecer onde se necessita julgamento.
E onde se necessita? Quem precisa passar pela severidade de um julgamento? Todos? Então, quem será absolvido e quem será condenado? Haverá abutres para todos e tantos cadáveres? As respostas certas pertencem somente a Deus. Pense numa das imagens mais marcantes dos últimos dias: um filho acorrentado pela mãe para impedí-lo de ir se drogar. Desesperada, a mãe afirma que o acorrenta por amor. Revoltado, quando recupera as forças, o filho age com fúria animal. A mãe está certa ou errada? Está fazendo bem ou mal para o filho? Como julgar? Apenas um caso e inúmeras opiniões diferentes. Multiplique por mais de seis bilhões de habitantes no planeta, cada um com suas histórias, problemas e pecados, e constate nossa absoluta incapacidade de julgar. Deus, somente Deus tem poder para fazê-lo.
Aqui se faz, aqui se paga. Estes dias ouvi este ditado. A frase surgiu quando comentava com um colega sobre a dança dos jogadores do Palmeiras quando empataram o jogo contra o Santos. A tal dança foi mais comentada que o próprio jogo. A conclusão do meu colega foi direta, como os jogadores do Santos estavam dançando demais, chegara à hora de terem de agüentar a dança do adversário, num autêntico momento ”aqui se faz, aqui se paga”. Ação e reação, crime e castigo, desobediência e julgamento, cadáver e abutre.
Cadáveres são corpos caídos. Se estão caídos sofreram uma queda. As misérias da queda, narrada no Gênesis, são o máximo que conhecemos enquanto insistimos em não querer conhecer a Cristo. Jesus é o único que pode nos livrar do quadro que Ele mesmo narrou: Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres. No mesmo capítulo vinte e quatro de Mateus, Jesus dá a dica preciosa: ”Vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” v.42.
Vigiai, porque Ele vem. Vigiai, porque não importam as tragédias profetizadas, por fim, Ele vem. Vigiai, porque não importa o assustador crescimento do poder nas mãos dos maus, Ele vem. Vigiai é um mandamento que mostra a urgência que precisamos ter no cuidado da nossa vida pessoal. Vigiai declara a possibilidade real de viver a santificação independente da perversão desenfreada que ataca todas as áreas das relações humanas. Vigiai me alerta: não sei quando Ele vem. Vigiai me consola: eu sei que Ele vem. Vigiai me diz para orar e chorar por um planeta que não tenho forças para consertar, mas também orar, chorar e trabalhar para influenciar nos lugares onde eu possa ajudar a consertar: minha casa, meu trabalho, meus irmãos. As vezes posso, devo ajudar. As vezes não posso, preciso ser ajudado. Vigiar é vida de oração, de fé e de comunhão.
Os cadáveres e os abutres anunciados por Jesus são uma metáfora para os tempos do fim. Creio que tudo que ele disse acontecerá tal qual proclamado. Mesmo que minha limitação humana me leve a imaginar ou interpretar equivocadamente algumas coisas, Ele me manda vigiar, pois a vontade divina se realizará com todo seu amor, juízo e perfeição. É o que o próprio Jesus afirma no versículo trinta e cinco de Mateus vinte e quatro: ‘‘Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”. Que bom! Afinal, na Bíblia não tem só o capítulo vinte e quatro de Mateus, outras palavras de Cristo falam do alvorecer de um novo tempo de vida e paz.
Termino com um verso de Luíz de Camões, que traz conforto e concordância com a nossa fé:
”Depois de procelosa tempestade,
noturna sombra e sibilante vento, pan>
traz a manhã serena claridade,
esperança de porto e salvamento”.
Paz! Pr. Edmilson Mendes
Pr. Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: ‘”Adolescência Virtual”, “Por que esta geração não acorda?”, “Caminhos” e “Aliança”.
A perseguição dos cristãos na China é tão severa agora quanto durante a Revolução Cultural de Mao e piora cada vez mais, devido à crescente intolerância
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